Na última década se tornou comum falar sobre mobilidade e dar mais importância a sua aplicação nas sessões de treinamento e reabilitação. Mas por que os exercícios de mobilidade tem se tornado mais presentes nas diferentes práticas físicas? Será que tem diferença entre exercício de mobilidade e TREINAMENTO de MOBILIDADE!? É sobre isso que a gente vai conversar no conteúdo de hoje!
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Estimular a mobilidade articular, e tecidual, é crucial para manter boa saúde e o funcionamento do sistema de movimento humano. Todo movimento que nosso corpo desempenha requer um certo nível de mobilidade, em alguns casos em maiores amplitudes, com maior complexidade ou com carga, em outra situações em menor demanda e complexidade. Fato é que ter acesso a uma maior diversidade de ângulos e posições, seja de um segmento ou da cooperação do corpo todo, mantendo bom controle e capacidade de tolerar carga nesses ângulos, irá conferir maior habilidade do seu sistema de movimento em lidar com diferentes tarefas e exigências da vida real, além de te tornar menos propenso a lesões. Mas uma coisa é importante destacar, fazer alguns exercícios de mobilidade é diferente de TREINAR MOBILIDADE!
Realizar alguns exercícios de mobilidade articular no início do seu treino funciona mais como uma preparação (aquecimento) para o momento mais intenso da sua sessão do que um programa para desenvolver sua mobilidade, reduzindo alguma restrição de forma significativa e melhorando sua performance de forma consistente pelos ganhos de controle, força e amplitude articular e tecidual. Não é porque, após o aquecimento, você percebeu alguns ganhos de ADM que o exercício específico de mobilidade está “funcionando” e aquilo é suficiente, caso você tenha grandes restrições. Essas respostas agudas, em grande parte, se dão pelo aumento da temperatura corporal, maior ativação neuromuscular e aumento da viscoelasticidade. Tudo isso, colaborando para um aumento agudo da amplitude de movimento (ADM), mas isso não necessariamente quer dizer que essa amplitude foi “conquistada”, no caso se vai ser acessível quando você não estiver “aquecido”, bem como não quer dizer que você terá controle e condição de produzir força nessa “nova faixa de movimento".
Treinar DE VERDADE a mobilidade, não só se refere a aumentar a amplitude do movimento, requer também construir força e controle motor em todos os ângulos, principalmente nos ÂNGULOS FINAIS DA AMPLITUDE (que é o ponto onde geralmente é negligenciado nas práticas de mobilidade por aí, por acreditar que é só fazer alguns exercícios com grandes amplitudes no início do treino e tá tudo resolvido).
Adicionar o treinamento de mobilidade a sua rotina vai te ajuda a manter o acesso ativo aos tecidos moles, como músculos, tendões, ligamentos, articulações e demais estruturas, para desempenhar diversas tarefas do dia a dia e do âmbito esportivo. Em paralelo você também estará desenvolvendo melhor estabilidade articular, já que sabemos que a mobilidade é um componente intrínseco da estabilidade, juntamente com a rigidez, sendo importante para um bom controle motor e longevidade do indivíduo.
Além disso, desempenha um papel importante também na prevenção de lesões. Já é bem estabelecido na ciência que os trabalhos de mobilidade articular são componentes chave na prevenção de lesões (pelos fatores que mencionei anteriormente), diferente do que se acreditava antes, que eram os alongamentos e a flexibilidade que reduziam o risco de lesões. O que é justamente o contrário, onde o excesso de volume e intensidade nos alongamentos e trabalhos de flexibilidade antes de um estímulo intenso te deixa mais vulnerável a lesão. Vou deixar algumas referências* aqui abaixo para você ler e se aprofundar nesse assunto.
*[Thacker et al 2004; Weldon & Hill 2003; Herbert & Gabriel 2002; Amako et al 2003; Malliaropoulos et al 2004]
Vale ressaltar que não estou dizendo para você parar de se alongar e fazer trabalhos de flexibilidade, é super válido que faça durante o dia-a-dia, em menor volume \ intensidade antes do treino de força ou em treinos específicos. No treinamento de mobilidade, por exemplo, um grande pilar que é desenvolvido é a FLEXIBILIDADE, mas não de maneira passiva e “relaxada”, e sim de maneira ativa, produzindo força e dentro de uma organização coerente. Quanto aos alongamentos, são válidos para você fazer ao longo do dia, como beber água, “tome doses” durante o dia, principalmente durante momentos que passar tempo demais parado na mesma posição. Esse é um comportamento natural de diversas espécies, principalmente de mamíferos, e mantido ao longo de milhares de anos.
Em resumo, treinar mobilidade é diferente de fazer apenas alguns exercícios específicos no “aquecimento”, mas isso não quer dizer que não vale a pena fazê-los, eles podem contribuir bastante no seu desempenho na sessão, além de ser um ótimo recurso para MANUTENÇÃO da ADM que você já tem. Treinar mobilidade pode ser interessante em alguns períodos específicos da sua programação (dependendo das suas restrições, necessidades e objetivos), mas não necessariamente deve estar SEMPRE nos seus ciclos de preparação física. Então se você busca adicionar o TREINAMENTO DE MOBILIDADE a sua rotina, busque profissionais que tem formações e capacitações nessa área para te guiar nesse processo de forma organizada, coerente e otimizando o seu tempo. E por falar nisso, fiquem atentos que em breve sairão as datas da Certificação MOBILITY MASTER aqui para o Nordeste, que é uma formação de 3 finais de semana sobre treinamento de mobilidade, onde trago as melhores ferramentas e o que há de mais atual sobre movimento humano e mobilidade, para FISIOTERAPEUTAS e Profissionais de EDUCAÇÃO FÍSICA. Confere aqui no site na aba "Certificação Mobility Master" para saber mais e não perder essa grande oportunidade.
E você, já treina ou treinou mobilidade? Me conta aqui nos comentários como foi sua experiência. E claro, não esquece de compartilhar esse conteúdo com mais pessoas que precisam saber disso. A gente se vê na próxima, galera! Forte abraço!
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