“Nossos corpos não são como bonecos, onde existem apenas algumas opções de movimento. Pelo contrário, as possibilidades são infinitas. Em um cenário específico, em uma tarefa funcional ou improvisada.”
Fala, galera! Vamos discutir e pensar um pouco em como melhorar nossa atuação no dia a dia a partir do uso de metáforas para "explicar" o corpo humano, o movimento e demais fenômenos. Metáforas são uma ótima ferramenta para nos ajudar a dar sentido às coisas por meio de associações. É quando comparamos duas coisas diferentes, e as propriedades de uma podem ser transferidas para outra. Pare para pensar um pouco, nós estamos constantemente usando metáforas para tentar explicar os conceitos sobre o corpo humano: pernas de bambu, colunas onduladas, qualidade de braços vazios, ombros à prova de balas, e por aí vai.
As metáforas nos ajudam a dar sentido à algo novo, unindo o presente ao passado.
É fácil pensar nas metáforas apenas como dispositivos literários. Porém, ela desempenham um papel fundamental na formação da cultura, dos pensamentos e do comportamento.
Você já pensou no seu corpo como uma máquina? Máquinas são objetos que precisam de manutenção, combustível e reparos para funcionar. Esta metáfora nos ajuda, até certo ponto, a compreender a importância da nutrição para "reabastecer" e do descanso para "recuperar energia". A medicina moderna descreve ao corpo humano definindo-o como uma série de “sistemas” (esquelético, nervoso, digestivo, etc.). Por outro lado, essa metáfora criou a falsa expectativa de que os humanos podem ser “reparados”, minimizando a nossa complexidade em relação às máquinas. Isso começou na Era Industrial e, no entanto, quase 300 anos depois, molda a forma como entendemos os nossos próprios corpos, e também o raciocínio de muitos profissionais do movimento na montagem das suas sessões.
As metáforas estão por toda parte se você prestar atenção: discussões são como batalhas; tempo é dinheiro; amor é um feitiço. Essas ideias influenciaram fortemente nossas relações com o discurso, o tempo e o amor durante séculos.
Isso significa que a escrita\fala pode fazer mais do que descrever a cultura – ela pode moldá-la.
Como profissionais do movimento, e formadores de opinião, deveríamos nos preocupar mais em desenvolver as habilidades para formar melhores metáforas e usá-las para elaborar pensamentos mais condizentes com a realidade - seja sobre o corpo humano, movimento ou saúde de maneira geral.
A reflexão que gostaria de deixar para vocês é sobre se as metáforas que usam corriqueiramente estão adequadas ao real funcionamento do fenômeno que estão tentando explicar?
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Comenta aqui abaixo quais metáforas você mais utiliza com seus alunos \ pacientes para explicar algo relacionado ao universo do movimento.
Espero vocês na próxima postagem! Abraço!
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