Todo mundo sente dor em algum momento da vida! Talvez você, ou algum conhecido seu, esteja passando por isso agora. Entender como a dor funciona e de onde ela vem é uma das peças mais importantes do quebra-cabeça quando se trata de resolver seus problemas de dor, principalmente quando falamos de dor crônica. A dor pode até ser bem assustadora para algumas pessoas, porque elas geralmente associam dor a lesão. Isso, porém, nem sempre é verdade! E é sobre isso que vamos tratar no texto de hoje!
O que é dor? Quais fatores influenciam para seu surgimento? Por que é importante entender esse processo para o tratamento ou facilitar o gerenciamento da dor? Vamos destrinchar todos esses pontos, mas antes, não esquece dar aquela força aqui pro site, curtindo essa postagem e se cadastrando para você não perder os conteúdos que trago toda semana aqui pra vocês, relacionado ao universo da saúde e do movimento humano.
A educação sobre a dor é o passo mais importante que você pode dar para resolver sua dor!
Antes de destrincharmos o tema, preciso que você entenda esse ponto extremamente importante >> A dor não vive em seu corpo. Ela é gerada no seu cérebro!
Aí você pergunta “se a dor é gerada no cérebro, você está dizendo que minha dor está toda na minha cabeça?” - Sim e não!
Sim, porque a dor é 100% uma construção do seu cérebro. É um sinal que seu cérebro cria com base em muitos fatores diferentes. E não, porque você não é louco! Embora você possa se sentir confuso ao tentar explicar seus sintomas de dor a dezenas de médicos, e eles garantirem que "tudo parece bem... que seus tecidos não estão lesados".
Para entender melhor, vou explicar os fatores que influenciam a construção da dor do seu cérebro. São eles:
Entrada sensorial do corpo e do nosso ambiente: informações visuais, vestibulares e proprioceptivas, som, paladar, cheiro, tato e até mesmo as sensações e processos internos do nosso corpo desempenham um papel na entrada sensorial que está sendo enviada para o seu cérebro. Todos esses sentidos eventualmente influenciam os níveis percebidos de ameaça, independentemente de seu cérebro criar ou não sinais de dor.
Experiências anteriores: pode ser qualquer coisa, desde uma lesão anterior até qualquer associação negativa que você possa ter captada de fontes externas que podem ou não ser verdadeiras... ou até mesmo a falta de experiências. Por exemplo, você pode nunca ter caminhado antes e, quando finalmente teve essa experiência, sentiu dores no joelho e agora pode pensar que caminhar é ruim para os joelhos. E não é – pode ser apenas falta de condicionamento específico para caminhar.
Fatores culturais: os sistemas de crenças sobre saúde e boa forma são amplamente culturais e afetam sua percepção sobre o que é seguro. Por exemplo, embora saibamos há algum tempo que não há problema em deixar os joelhos passarem sobre os dedos dos pés, muitas pessoas internalizaram tanto essa crença que não tentam nada diferente no treinamento por medo de dores nos joelhos.
Ambiente social/de trabalho: se você está cercado por pessoas que acham que você vai se machucar se tentar fazer um “levantamento terra” porque nunca foram expostas a um treinamento de força, e sua percepção afetará sua experiência de treinar o “levantamento terra” com segurança. Outro grande exemplo aqui é o exercício no pré-natal (grávidas) - muitas mulheres são julgadas e desencorajadas por figuras maternais do seu ciclo social porque o mito de que o exercício é ruim para uma mulher grávida simplesmente não morre.
Expectativas sobre as consequências do perigo e da dor: Por exemplo, você viu alguém com dor crônica nas costas tentar "de tudo" e acabou se submetendo a uma cirurgia. Portanto, sua dor nas costas pode desencadear um medo extremo sobre o resultado, o que, por sua vez, cria mais dor.
Crenças, conhecimento e lógica: Nunca te disseram que a dor é uma construção do seu cérebro! E você sempre foi levado a acreditar que, se sentir dor, deve ter algum tipo de dano tecidual. Se você só foi ensinado a pensar na dor de uma perspectiva biomecânica - ou seja: algo aqui é “tenso” e algo ali é “fraco” - então você está deixando de lado outras perspectivas científicas vindas da neurologia aplicada que nos diz que a dor é uma construção do nosso cérebro.
Todos esses fatores se juntam para formar uma impressão e o resultado é sua experiência singular de dor.
Resumindo, teu cérebro e sistema nervoso são altamente sensíveis a vários estressores e enviam sinais, como dor, para fazer você pensar ou se comportar de maneira diferente. Aí você questiona - se meu médico diz que "tudo parece bem, não tem nenhuma lesão nos seus exames", por que ainda estou sentindo dor?
A resposta é AMEAÇA!
Ameaça é o nível de estresse que é percebido pelo sistema nervoso quando as demandas excedem a tua resiliência física, fisiológica ou emocional. Quando os níveis de ameaça são altos, seu cérebro decide fazer uma alteração no seu comportamento. E essa alteração é o sinal de dor. Isso acontece porque teu cérebro tem um objetivo. SOBREVIVÊNCIA! Te manter vivo. A dor é uma saída protetora do nosso sistema nervoso. Dito isso, agora vamos fazer uma distinção muito importante.
“Dor nem sempre é igual a lesão e lesão nem sempre é igual a dor!”
Como assim? A dor é uma entidade completamente separada da lesão. A dor que você sente é baseada em quanta ameaça percebida ou estresse seu cérebro está experimentando. Tá conseguindo entender o caminho? Caso não, se liga agora que a gente vai amarrar tudo isso com esse estudo que vou te mostrar!
*O link dessa revisão sistemática vou deixar aqui abaixo para você consultar:
Essa tabela aqui acima mostra a análise da degeneração da coluna e outros problemas discais especificamente em indivíduos assintomáticos - o que significa que eles NÃO TINHAM DOR!
Principais conclusões deste estudo:
50% dos participantes de 40 anos neste estudo tinham discos protuberantes e 68% tinham degeneração do disco - todos eles não sentiram nenhuma dor!
80% dos participantes de 50 anos apresentaram degeneração do disco e 60% deles tinham um disco protuberante, mas, novamente, sem dor!
Todos esses achados no imagine acima são com pacientes assintomáticos - o que significa que eles não estevam experimentando dor!
Mas como isso é possível?
Dor nem sempre é igual a lesão e lesão nem sempre é igual a dor! Ou seja, você pode ter danos nos tecidos e não sentir nenhuma dor. Você também pode ter dor sem ter danos nos tecidos. E é claro que as pessoas podem ter vários níveis de dor. O que uma pessoa considera uma pontuação 10 em dor, em uma escala de 1 a 10, outra pessoa pode apenas experimentar a dor em uma escala de 5. Nossas experiências anteriores, educação, condicionamento físico e emocional desempenham um papel importante na nossa escala de tolerância à dor.
Lembrem-se: dor é uma construção do seu cérebro!
Gerenciar a dor se resume a quão bem você gerencia os níveis de ameaça ou estresse na sua vida. Quer essas ameaças sejam físicas, fisiológicas ou emocionais, é importante identificar de onde vêm essas ameaças, para isso, você vai precisar observar seus sintomas de maneira mais holística. O objetivo final no controle da dor é aprender a desestressar seu sistema nervoso para que você não sinta mais dor.
**Obs: Link com conteúdo complementar em vídeo no meu canal do Youtube > Ciência da DOR
Em resumo: Muitos fatores diferentes influenciam sua experiência de dor; O nível de dor que você sente não é uma indicação da gravidade do problema que está causando a dor; Existem muitas maneiras de se livrar da dor quando você considera que o objetivo é aliviar o estresse do sistema nervoso; O primeiro passo para sair da dor é entender o que ela é, como ela funciona e de onde ela vem.
Agora me responde aqui abaixo nos comentários se esse tema foi relevante pra você... e se você já tinha ouvido falar sobre essa relação da dor com nosso sistema nervoso. E claro, não custa nada lembrar, curte a postagem aqui abaixo, não esquece de se cadastrar aqui no site pra ficar atualizado com informações de qualidade sobre o universo do movimento humano e da saúde, além de receber benefícios aqui da plataforma, sobre cursos, programas de treinamento e estudo!
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Valeu, galera! Até a próxima! Abraço!
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