Fala, pessoal! Hoje vou trazer algumas ideias e reflexões acerca da finitude e limitação na transferência da sua prática física para outros cenários da vida, ou até mesmo na continuidade da prática em si. Falo transferência não apenas no sentido físico do que você aprende e desenvolve, mas também no sentido filosófico, na forma de perceber o mundo e agir diante de situações diversas.
O ponto é: não deixe que sua prática física seja um beco sem saída. Comece a pegar tudo e qualquer coisa que você aprender sobre si mesmo e aplique a tudo e qualquer outra coisa. Seja o que você aprende com seu professor durante a sessão a respeito de autoconfiança, humildade, cooperatividade, por exemplo, ou no uso de determinadas habilidades e qualidades físicas para experimentar em diferentes ambientes, testando e aproveitando cada oportunidade de se mover.
A “prática formal” informa a “prática informal” e vice-versa.
Como as qualidades que você adquire ao se recuperar de uma lesão podem te tornar um pai\mãe ou colega de trabalho melhor?
Como um salto em distância e precisão pode te ensinar a enfrentar seus medos?
De que adianta desenvolver paciência para conseguir uma parada de mão (handstand) se você agride as pessoas ao seu redor com extrema facilidade?
Como você pode se considerar flexível se você "congela" no momento em que seus planos precisam ser alterados porque algo não saiu como esperado?
Isto é parte do que quero dizer sobre “A coisa é maior que a coisa”. Esse efeito de levar o que foi aprendido para a vida real deve estar no centro da prática física. Isto é o que significa evitar becos sem saída na sua prática. O seu "eu" da prática não é diferente do seu "eu" do trabalho ou do relacionamento com a família, etc. Uma frase que ouvi recentemente, do professor Rodrigo Salulima da Pratique Movimento (Brasília), ajuda a complementar essa ideia - "A forma como a gente faz uma coisa, pode ser a forma como a gente faz todas as outras coisas". Não sei se a frase é dele, mas cai como uma luva para reforçar o entendimento do que quero trazer para vocês nesse texto.
Entenda que o modo como você lida com sua prática física vai afetar, e ser afetado, pela forma como você lida com a vida no dia a dia. A vida está toda conectada, e podemos torná-la mais frutífera se agirmos conscientemente e buscando levar os aprendizados e saberes para outras esferas do nosso dia a dia... para a forma como vemos e percebemos o mundo. Não se permita ficar preso a um beco sem saída, leve a sua prática e conecte-a ao todo.
Se você tiver algo para complementar as ideias e reflexões do texto, comenta aqui abaixo, vai ser ótimo ver a contribuição de vocês sobre esse tema. Até o próximo texto, galera! Abraço!
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